Existencialismo – CC(16)

A décima sexta aula do Crash Course de Filosofia foca-se no Existencialismo, com especial destaque para as ideias de Jean-Paul Sartre:

A aula começa com a questão: o que dá sentido à tua vida? Será o significado da vida algo nato? Na Antiguidade Clássica julgava-se que sim. Platão definiu o conceito de essência, que é um conjunto de propriedades que são necessárias (ou “essenciais”) para definir uma coisa como sendo ela própria. Por exemplo, uma faca é definida pela composição de uma lâmina e uma pega. Ser uma pega metálica ou de madeira não é essencial. Removendo uma dessas propriedades a coisa passa a ser algo diferente: uma faca sem pega é só uma lâmina, não é uma faca. No caso dos humanos, Platão acreditava que cada indivíduo tinha uma essência e que esta estava atribuída ao mesmo ainda antes deste nascer. (Recordo que Platão acreditava em almas imortais.) O significado da vida era então encarado como o descobrir dessa essência intrínseca e de viver de acordo com ela.

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A Aposta de Pascal – CC(15)

Na décima quinta aula do Crash Course de Filosofia vamos conhecer o Pragmatismo, com particular foco na famosa Aposta de Pascal.

O Pragmatismo defende que a utilidade é mais importante que a verdade. Isto é, um pragmático prefere ter crenças que lhe sejam úteis na sua vida, independentemente se são verdadeiras ou falsas. Blaise Pascal (1623-1662), matemático, físico e filósofo francês, era um pragmático. Era também um crente em Deus. Para ele, crer em Deus poderia ser encarado como uma escolha pragmática. Conheçamos a sua Aposta.

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Teorias da conspiração e responsabilidade epistemológica – CC(14)

Na décima quarta aula do Crash Course de Filosofia debruçamo-nos sobre a responsabilidade que temos por termos as crenças que temos.

Em 1998 foi publicado um estudo que indica haver uma correlação entre vacinas e autismo. O resultado do estudo não era válido, a correlação não existia, mas ainda assim o alarmismo propagou-se e as consequências ainda se fazem sentir 25 anos depois, com doenças que tinham sido erradicadas com a vacinação a voltar (como o sarampo). Nós, que sabemos isto, que responsabilidade epistemológica temos? Isto é, que responsabilidade temos tendo em conta que dispomos deste conhecimento?

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Porque é que existe Mal? – CC(13)

Na décima terceira aula do Crash Course de Filosofia perguntamo-nos porque é que existe Mal? Ou melhor, como é que Deus, se existir, pode permitir o Mal?

Na última aula falámos da definição de Deus e de alguns problemas em defini-lo como omnisciente, omnipotente e omnibenevolente. Um dos problemas mais óbvios é o Problema Lógico do Mal: se Deus sabe tudo, o seu poder não tem limites e se é perfeitamente bom, porque é que existe Mal? Com “Mal” estamos a referir-nos tanto a coisas causadas pelo Homem (como sejam genocídios) como a catástrofes naturais. Se Deus existe, porque é que permite isso tudo?

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Quem é Deus? – CC(12)

A décima segunda aula do Crash Course de Filosofia aborda a questão da caracterização de Deus. Como é que Deus é definido e quais as consequências dessa definição?

Nesta aula fala-se em particular do Deus sobre o qual os filósofos ocidentais do passado se focaram, isto é, o Deus dos judeus, cristãos e islâmicos. Na sua definição, os teólogos pensam neste Deus como sendo “omni” em vários sentidos:

  • Omnisciente – Deus sabe tudo, não há nada que lhe escape;
  • Omnipotente – Deus tem o poder de fazer tudo, nada lhe é impossível;
  • Omnibenevolente – Deus possui uma bondade perfeita em todos os sentidos;
  • Omnitemporal e omnipresente – Deus está em todo o lado e em todos os momentos do passado, presente e futuro.

Todas estas características foram inventadas por teólogos. Nada disto vem na Bíblia ou noutro texto sagrado. Porquê defini-Lo desta forma? A ideia terá sido: Deus é perfeito e, como tal, não pode ter limitações. Quais as consequências lógicas desta definição?

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Design Inteligente – CC(11)

Na décima primeira aula do Crash Course de Filosofia aborda-se a noção do “design inteligente”, o argumento de que Deus é a única justificação possível para que tenhamos o mundo fantástico que observamos:

Na décima aula apresentaram-se os primeiros quatro argumentos de Tomás de Aquino, sendo que o quinto (e último), o chamado argumento teleológico é o argumento do “design inteligente”. O argumento foi popularizado pelo teólogo e filósofo britânico William Paley (1743-1805). É talvez o argumento mais usado na actualidade para defender a existência de Deus.

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Os argumentos cosmológicos de Aquino para a existência de Deus – CC(10)

Na décima aula do Crash Course de Filosofia discutem-se os argumentos que Aquino apresentou como provas da existência de Deus:

Tomás de Aquino (1225-1274) foi um frade italiano que teve uma forte influência na Filosofia Escolástica. Aquino discordou com os argumentos propostos por Anselmo para a existência de Deus, mas propôs cinco novos argumentos que, segundo ele, provavam a existência de Deus. (O leitor também pode concordar com a conclusão de que Deus existe e, ainda assim, pode discordar destes e de outros argumentos a favor da sua existência, claro. O importante aqui é compreender porquê.)

Esta aula foca-se nos primeiros quarto argumentos de Aquino, os chamados Argumentos Cosmológicos. Têm esta denominação por serem baseados em observações do mundo natural. Passemos a conhecê-los.

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A existência de Deus – o argumento de Anselmo – CC (9)

Na nona aula do Crash Course de Filosofia debruçamo-nos sobre Deus:

A aula começa com uma distinção entre a Filosofia da Religião e a Teologia. Não são a mesma coisa porque a Teologia assume a existência de Deus (e foca-se nas consequências), enquanto que a Filosofia da Religião discute essa suposição e tenta perceber se de facto existe Deus ou não (e não só).

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Popper, Einstein e Freud – CC(8)

Eis a oitava aula do Crash Course de Filosofia:

Esta aula fala-nos de um dos filósofos mais importantes do século XX, Karl Popper (1902-1994), autor de ideias que hoje parecem quase inquestionáveis, algo bastante incomum na História da Filosofia. Um dos seus contributos mais importantes foi o ter detalhado as condições necessárias para estabelecer o que é Ciência e o que não é. O que é conhecimento e o que é pseudociência, isto é, algo com a aparência de ser conhecimento, sem que de facto o seja. Para isto, os objectos principais de estudo de Popper foram as teorias de Einstein e de Freud, dois dos maiores génios do século XX.

Porque é que Popper chegou à conclusão que Einstein fazia Ciência, enquanto que Freud fazia pseudociência?

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O significado do conhecimento – CC(7)

Vamos à sétima aula do Crash Course de Filosofia:

A aula começa com três questões bastante interessantes:

  1. Ter conhecimento de algo é o mesmo que estar correcto sobre esse algo?
  2. Se acreditas que algo é verdade e é de facto verdade, será que importa que a tua crença seja justificada?
  3. Será possível estar correcto sobre algo sem de facto tentar estar correcto?

As questões servem mais para “provocar” a audiência, mas eu não resisto a dizer algo sobre elas.

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